terça-feira, 13 de abril de 2021

PISCICULTURA E SEU PANORAMA DE PRODUÇÃO.

A criação de peixes em lagos e represas não é novidade alguma para o ser humano e sua sociedade consumidora. E não estamos falando apenas de pesca e sim de um manejo minimamente estruturado para o cultivo de peixes, fosse para a sua alimentação ou mesmo para seu ornamento.

Muito antes da era cristã que alguns tipos de peixes já eram capturados e cultivados para ornamento de lagos em jardins reais. Há registos datados de cerca de dois mil A.C quando os egípcios já faziam uso de carpas tanto para beleza como para o consumo dos faraós.

O mercado de oportunidades hoje se abre tanto para o consumo de peixes ornamentais como para criações em larga escala destinadas a alimentação, o será o foco deste artigo.

Já ficou para trás o tempo em que o consumo da carne de peixes se associava ao período apenas da quaresma ou Páscoa, momento em que a igreja cristã institui a proibição do consumo da carne de outros animais.

O desenvolvimento de novas técnicas de manejo possibilitou que a piscicultura fosse levada para dentro das pequenas propriedades, diversificando a produção e aumentando o oferecimento do produto no mercado. Isso gerou queda de preços, que por sua vez possibilitou o aumento no consumo, gerando por sua vez incentivos ao investimento e aumento da produção.

Uma das barreiras que ainda persiste no Brasil é a falta de "apetite" do brasileiro pela carne. Segundo pesquisa da Gazeta do Povo o consumo por de peixe pessoa  no Brasil é ainda cerca de 9,5 kg por ano, menos da metade do consumo mundial que passa de 20 kg.

O absurdo disso é que faz parte do costume do brasileiro, povo que apesar de ter como parte de suas raízes a indígena, ainda favorece as carnes de boi, porco e frango como preferidas na sua mesa.

Apesar disso o panorama atual já favorece a piscicultura. A produção brasileira hoje se divide entre tanques redes e escavados, que somados produziram, em 2020, segundo a Associação Peixe BR cerca de 802,930 t no ano. o que corresponde a um aumento de mais de 38% na produção brasileira desde 2019.

Umas das inovações foi o cultivo em tanques redes, gaiolas de ferro cercadas com tela que reduzem o espaço de manejo e facilitam o trato dos animais. Com isso propriedades que margeavam reservatórios puderam aproveitar as suas águas, mediante licença das proprietárias para implementar grandes produções extensivas de peixe.

Parte do que é produzido no Brasil se destina a exportação na forma de filés congelados, peixes congelados e frescos, óleos e gorduras e até mesmo subprodutos que não se destinam ao consumo humano são  enviados para países estrangeiros.

Para Pedroza Filho, pesquisador da Embrapa, os Estados Unidos , Chile e China ainda são os nossos principais parceiros no comércio internacional de pescados com a tilápia liderando entre os principais produtos.

A tilápia é com certeza a espécie que mais se adequou ao clima e a forma de produção que se expande dia a dia no Brasil, entre pequenas sítios e grandes fazendas. Muitas destas propriedades possuíam outro tipo de produção principal e mantinham açudes ou represas para irrigação ou alimentação de animais. Com o crescimento da rentabilidade da piscicultura mais tanques foram sendo escavados e o peixe passou a integrar uma parcela importante da renda dos produtores rurais.

O Brasil é naturalmente um terreno propício para o crescimento da piscicultura, com água doce disponível, principal recurso para desenvolvimento da cultura. Estados como São Paulo, Paraná, Bahia, Mato Grosso vem se destacando na produção de peixes.

São Paulo, Paraná e Bahia possuem represas e rios que propiciam o avanço da já chamada tilapicultura intensiva que vem se consolidando dia-a-dia no Brasil. Segundo Fábio Sussel, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios a tilápia apresenta um crescimento sólido e estável a mais de dez anos.

Dados da Embrapa afirmam que entre 2005 e 2015 a criação de tilápias aumentou mais 200%, parte disso se deu pelas características da tilápia cuja rusticidade e resistência fizeram-na se adaptar melhor e outra parte se deu pela modernização das pisciculturas e melhora no manejo, como tanques redes e os inovadores classificadores que contribuíram para o cultivo de alta produtividade da tilápia.

Mas como qualquer outra criação é preciso além de investimentos físicos em estrutura, localização e equipamentos, também é necessário muito conhecimento técnico no manejo, vacinação adequada e até mesmo conhecimento das normas legais para produção e comercialização de um produto de qualidade para um mercado competitivo e acirrado.

O manejo da tilápia exige que se façam seleções, assim como em qualquer cultura de alta produtividade para melhorar o rendimento, separação dos animais em lotes para distribuição de ração adequada, lotes de cabeceira e animais refugos ou doentes.

Essas classificações acontecem ainda em algumas pisciculturas de forma manual. Os peixes são içados e colocados em bancas com os cantos furados onde quem estiver trabalhando tem que, visualmente separar por tamanhos os peixes. O que em uma separação inicial onde haja diferenças gritantes entre os peixes pode funcionar, porém, quando é preciso uma separação mais acurada existe uma grande deficiência neste método que prejudica a produção.

Além é claro da demora e da demanda de mão de obra para o trabalho!

Com a inserção dos classificadores automáticos ClassiFish no mercado as pisciculturas puderam ter uma um avanço neste quesito que melhorou sensivelmente o manejo.

  • Adequação da mão obra sem desperdício de tempo: houve um aumento no rendimento diário das pisciculturas que se adequaram ao uso dos classificadores em mais de 100%. A classificação pode acontecer em períodos mais curtos, até mesmo diariamente se houver necessidade, sem desperdício de tempo em outras atividades.

  • Melhoria da sanidade do cardume, pois os peixes passam a ter menos contato com contaminantes. Os classificadores são fabricados com material Inox 304 que permite a limpeza e descontaminação sempre que necessário. Não há contado com os operadores o que impede a entrada de organismos estranhos.

  • Melhora na organização do cardume e distribuição da ração, já que a separação pelos classificadores ClassiFish permite que seja direcionada as saídas dos peixes já classificados para tanques separados, assim os maiores perto do abate recebem um tratamento diferente daqueles que ainda precisam de mais tempo, sem falar que permite a retirada de animais que por algum problema não venham a se desenvolver adequadamente.

Os classificadores ClassiFish vieram para somar através da simplicidade de operação, qualidade do manejo e agregação de valor a produção de tilápias no Brasil.

Um comentário:

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